A tráxica historia da nobre galega Inés de Castro inspirou numerosas obras literarias. O grande poeta portugués Luís de Camões, conta a súa historia, nos Lusíadas, concretamente no canto III. Hoxe, 442 anos despois da publicación desta obra clásica da literatura portuguesa, aínda nos seguen a conmover os versos que lle dedicou:
Tu só, tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Estas dúas estrofas dos Lusíadas foron musicadas polo grupo Milladoiro no seu disco "Quinta das lágrimas" (nome por certo da finca real onde Inés e Pedro se reunían). Nesta versión aparece, tamén, unha moi coñecida estrofa do canto I:
No mar tanta
tormenta e tanto dano,
tantas vezes
a morte apercebida!
Na terra tanta
guerra, tanto engano,
tanta necessidade
aborrecida!
Onde pode acolher-se
um fraco humano,
onde terá segura
a curta vida,
que não se
arme e se indigne o Céu sereno
contra um bicho
da terra tão pequeno?
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